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WWF: Combate à desinformação climática comprometido por pessoas acharem que não vale a pena

Lisboa, 06 ago 2025 (Lusa) – A especialista em políticas e clima da associação WWF Portugal Alice Fonseca afirma que a luta contra a desinformação climática está comprometida porque as pessoas consideram não valer a pena combater alterações climáticas.

A representante da organização ambientalista internacional World Wide Fund for Nature (WWF) Alice Fonseca diz à Lusa que “as pessoas reconhecem o problema, acham que é importante agir, mas também reconhecem que estão a atuar num contexto onde a tomada de decisão é muito difícil, porque existe muita dificuldade em perceber se a informação é efetivamente verídica ou não”.

Um recente Eurobarómetro concluiu que 52% dos portugueses inquiridos considera que os meios de comunicação social tradicionais não fornecem informações claras sobre as alterações climáticas, as suas causas e impactos, sendo que 49 % consideram que é difícil distinguir entre informações fiáveis e desinformação sobre as alterações climáticas nas redes sociais.

Para a especialista, em causa está um fenómeno de paralisação, porque se as pessoas sentirem que lhes é transmitida muita informação preocupante, mas não são apresentadas propostas de como agir e combater esse problema, estas consideram “que não vale a pena fazer nada”.

“É preciso ter uma informação acessível que todas as pessoas percebam, porque as alterações climáticas são um fenómeno difícil de explicar de forma acessível, fazendo com que a comunicação sobre estes assuntos seja desafiante”, afirma Alice Fonseca.

Desta forma, é necessário agir junto os media tradicionais “que têm um papel de combate à desinformação, procurando promover a literacia”, bem como “transmitir as notícias de uma forma não sensacionalistas, mas que também seja capaz de traduzir a gravidade dos problemas, apresentando possíveis formas de ação e soluções”.

Além disso, o facto de nesta altura do ano os incêndios estarem muito presentes no panorama mediático, faz com que “muitas vezes possa haver uma ênfase excessiva em certos assuntos e menos noutros”, pelo que os incêndios florestais deveriam ser um assunto de conversa durante todo o ano, defende a responsável.

Nesta perspetiva, “deve-se atuar para reduzir a gravidade dos incêndios e minimizar os seus impactos, e isso passa também pela informação, pelas pessoas estarem informadas, saberem como agir, como prevenir, mas também por políticas e por outro tipo de medidas”, defende.

“O maior desafio do ponto de vista dos incêndios em Portugal é a prevenção”, afirma a Alice Fonseca.

 

Paulo Resendes

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