A Frente Popular (FP) denunciou hoje, através da nota, à clara interferência das Forças Armadas da Guiné-Bissau nas disputas políticas e na cumplicidade da liderança dos militares com as constantes violações da Constituição da República do país que têm ocorrido nos últimos tempos na Guiné-Bissau.
“Opor-se energicamente à clara interferência das forças armadas da Guiné-Bissau nas disputas políticas e na cumplicidade das suas chefias com as constantes violações da Constituição da República, escancarada desta vez por uma comunicação à imprensa do Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, General Biague Nan Ntan, na qual este se coloca claramente contra a missão de as forças armadas defenderem a Constituição da República e demais leis do país”, lê-se no documento.
Numa nota distribuída à imprensa, a FP lembrou que as ameaças de Biaguê Nan Ntan contra manifestações políticas anunciadas, mostra claramente que o Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, vestiu o capote político em defesa de uma agenda política cujo propósito é intimidar os cidadãos no sentido de impedi-los de manifestar contra às múltiplas violações das leis do país.
“Ao proferir ameaças contra manifestações políticas anunciadas, Biague Nan Ntan vestiu claramente o capote político em defesa de uma agenda política cujo propósito é intimidar os cidadãos, impedi-los de manifestar contra às múltiplas violações das leis do país.
Se entre as missões republicanas das Forças Armadas figuram a defesa da integridade territorial, o asseguramento da legalidade democrática e a defesa soberania popular, urge perguntar como pode o chefe militar ameaçar os cidadãos nacionais? Desde quando a manutenção da ordem pública deixou de ser uma missão da polícia para ser uma responsabilidade das Forças Armadas?”, questionou a organização lançado para a salvação da democracia.
A organização liderada por Armando Lona questinou o interesse de general Biague Nan Ntan em manter-se em silêncio perante as gravíssimas violações da Constituição, o desmantelamento das instituições da República, nomeadamente o Supremo Tribunal de Justiça, Assembleia Nacional Popular, espancamentos dos cidadãos, o desrespeito às decisões judiciais, banalização da data da independência nacional pelo atual regime e preocupar-se agora com uma manifestação política ao ponto de proferir ameaças.
Perante este cenário, a FP responsabiliza o general Biague Nan Ntan pelas consequências que poderão advir desta declaração tendenciosa e ameaçadora contra o povo guineense.
Na nota com 10 pontos, a FP reitera a determinação incondicional a retomar uma vasta mobilização popular em convergência com todas as forças democráticas da Nação para resgatar a democracia e o Estado de Direito Democrático na Guiné-Bissau, pelo que apela ao espírito patriótico e combativo do soberano povo guineense para uma luta que deve ser desencadeada por ele mesmo.
Por fim, a organização da sociedade civil lembra que restam 14 dias ao Chefe de Estado para marcar a data das próximas eleições presidenciais, em conformidade com a Constituição e com a Lei Eleitoral, um pressuposto fundamental para o cumprimento do preceito constitucional de duração do mandato presidencial de 5 anos, sendo 27 de Fevereiro de 2025 a data do fim do mandato em curso.