Bissau, 25 julho 2024 (DW) – Críticas ao suposto “sequestro” de juízes guineenses avolumam-se. Liga dos Direitos Humanos condena “tentativa de condicionar o exercício da atividade jurisdicional”.
Segundo relatos dos familiares, os três juízes do Tribunal Militar Superior foram chamados na quarta-feira (24.07) pelo Estado-Maior General das Forças Armadas. Desde então, perderam o contacto com eles.Até agora, não regressaram às respetivas residências. Acredita-se que estejam retidos nas instalações do Estado-Maior em Bissau.
Para a Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), o que aconteceu aos três juízes configura “sequestro”.”Condenamos esta atuação ilegal e arbitrária do Estado-Maior General das Forças Armadas”, afirma o segundo vice-presidente da Liga, Edmar Nhaga, em declarações à DW. Para que serviram os 30 anos das eleições na Guiné-Bissau?
Esta será uma “tentativa de condicionar o exercício da atividade jurisdicional, impondo medo para que ninguém ouse pronunciar sobre o que não vá de acordo com as orientações da classe castrense”, continua Nhaga.
Os três juízes conselheiros assinaram um acórdão do Tribunal Militar Superior que ordenou a libertação dos detidos no caso da alegada tentativa de golpe de Estado de 01 de fevereiro de 2022. Antes, o Tribunal Civil já havia decidido sobre a libertação de alguns detidos, mas a decisão não foi cumprida.
https://www.dw.com/pt-002/sequestro-de-ju%C3%ADzes-em-bissau-%C3%A9-tentativa-de-impor-medo/a-69769951