Bissau, 19 março 2025 (O democrata) – O Relator Especial das Nações Unidas sobre os Direitos Humanos, a Água Potável e o Saneamento, Pedro Arrojo-Agudo, revelou esta quarta-feira, 19 de março de 2025, que, de acordo com as estatísticas, apenas 24 por cento da população guineense tem acesso a serviços de água potável geridos de forma segura.
O perito da Nações Unidas disse que a falta de acesso à água potável segura “afeta desproporcionadamente” a vida e a saúde das mulheres e das crianças que são responsáveis pela recolha da água.
Pedro Arrojo-Agudo falava em conferência de imprensa no final da sua visita oficial de 10 dias à Guiné-Bissau para se inteirar da situação dos direitos humanos, na qual defendeu que o governo guineense deve dar prioridade aos serviços de água e saneamento, se quer melhorar a vida da população, em particular das mulheres e crianças.
“Encontrei-me com mulheres e raparigas que começam a fazer fila às 5 da manhã para obter água na estação seca, caminham vários quilómetros para chegar a poços distantes. Garantir água potável e saneamento para todos, sem discriminação deve ser uma prioridade máxima. O facto de ser um país menos desenvolvido, não justifica que a água potável não seja uma prioridade, especialmente quando as mulheres nas situações mais vulneráveis, apesar das suas dificuldades, fazem sempre da água uma prioridade”, afirmou Pedro Arrojo-Agudo.