Bissau,09 Set 24(ANG) – O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos(LGDH), Bubacar Turé, diz estar em curso no país uma estratégia de destruição de partidos políticos, por parte do poder instalado, “com a conivência” do Supremo Tribunal de Justiça (STJ).
Turé falava no último fim de semana durante uma vigília que a Liga dos Direitos Humanos organizou, na Casa dos Direitos, em Bissau, juntando cerca de seis dezenas de representantes de organizações da sociedade civil guineense.
A ação, denominada “vigília pela reafirmação da independência do poder judicial”, visou chamar a atenção da sociedade guineense e da comunidade internacional para a situação do setor da Justiça, que a Liga diz estar em “queda livre”.
Bubacar Turé afirmou que o plano em causa foi iniciado em 2023, quando o poder político “assaltou” o STJ, “em conivência com o juiz Lima André”, que passou a liderar a instituição.
Em novembro de 2023, o então presidente do STJ, o juiz José Pedro Sambu, se renunciou ao cargo após ter sido “impedido de sair de casa, por homens armados”, segundo disse o próprio numa nota divulgada à imprensa.
“No passado dia 03, um grupo de homens armados da Força de Defesa e Segurança impediu-me de sair da minha casa para ir ao serviço, neste caso ao meu gabinete nas instalações do Supremo Tribunal de Justiça (…), sem, contudo, exibirem um mandado judicial para o efeito”, lia-se na carta de Sambu.