Bissau, 14 novembro 2024 (O democrata) – A Relatora Especial das Nações Unidas sobre o tráfico de pessoas, especialmente mulheres e crianças, Siobhán Mullally afirmou esta quinta-feira, 14 de novembro de 2024, que a pobreza infantil, a insegurança alimentar e o acesso ilimitado a uma educação de qualidade contribuem para graves riscos de tráfico de crianças na Guiné-Bissau.
“As meninas estão particularmente expostas ao risco de serem exploradas como trabalhadoras domésticas, traficadas para fins de servidão doméstica das zonas rurais para as zonas urbanas, e correm um risco elevado de exploração sexual”, disse a perita da ONU durante a leitura do seu comunicado à imprensa realizada numa das unidades hoteleiras de Bissau.
A Relatora da ONU de nacionalidade irlandesa esteve no país de 4 a 14 do mês em curso, para recolher os dados sobre a situação do tráfico de pessoas, especialmente das mulheres e crianças e reuniu-se com as autoridades nacionais, organizações da sociedade civil, de defesa dos direitos humanos, das crianças e o Parlamento Infantil.
Explicou na sua comunicação que as crianças em situação de rua, exploradas na mendicidade e na venda de bens, estão também particularmente em risco, tendo acrescentado que “com o crescimento do setor do turismo, particularmente nas ilhas Bijagós, os riscos de tráfico de crianças para exploração sexual são significativos”.
Siobhán Mullally disse que a impunidade e a falta de responsabilização são ameaças graves aos esforços concertados do país para combater a prevalência do tráfico de pessoas e recomendou que “são necessárias medidas fortes e urgentes”.
“A administração da justiça deve ser reforçada para garantir a responsabilização pelo grave crime e pela grave violação dos direitos humanos que são