Bissau, 02 Setembro 2024 (O democrata) – A literatura sobre o desenvolvimento económico trata da questão dos empreendedores de maneira heterogénea. Sob a forte influência do economista austríaco, Joseph Schumpeter, os primeiros estudos sobre as economias do desenvolvimento relegaram a empresa ao estatuto de quarto fator de produção, a par da Terra, Mão-de-obra e Capital. Durante os anos (1950) e (1960) do Século XX, grandes esforços foram feitos para tentar imprimir o espírito de empreendedorismo nos agentes económicos nos países do (terceiro mundo), ou (subdesenvolvido), esta segunda expressão mais em voga ultimamente, promovendo-o como “uma necessidade de cumprimento” nas sociedades “tradicionais” onde se interrogou sobre quais seriam as instituições que apoiariam uma nova geração de inventores e criadores de riqueza.
No entanto, o interesse dos estudiosos sobre a matéria do empreendedorismo, em áfrica, desmaiou-se durante os anos (1970) e (1980), enquanto a atenção levantava-se sobre políticas do desenvolvimento dirigido pelo Estado, ou seja, ao modelo centralizado (planificado) da economia com influência do Estado, e sobre as perguntas de política macroeconómica, porém a temática do empreendedorismo reaparece no final da década 80, na sequência das pressões exercidas pelo Banco Mundial e FMI, no quadro do (Washington Consensus) e outros organismos financeiros internacionais para impor a disciplina do mercado aos Governos dos países em vias do desenvolvimento.
A doutrina “da obtenção do bom preço” implicaria que medidas incitantes em prol do lucro deviam fazer-se sentir em toda a economia. Em outros termos, as empresas privadas, em especial, e os pequenos e médios empresários (incluídas, desta vez, as mulheres e os jovens) deviam sair da sombra para ocuparem o centro da cena, o que poderia permitia-lhes ou não permanecer no Mercado, cada vez mais exigente.