05 agosto 2024 (DW) – O Mali anunciou no domingo que ia romper relações diplomáticas com a Ucrânia, acusando um alto funcionário ucraniano de ter admitido o papel de Kiev na pesada derrota que as tropas malianas sofreram em combates em julho.
A medida foi tomada na sequência de comentários do porta-voz da agência de informação militar ucraniana, Andriy Yusov, sobre os combates na região norte do Mali, que mataram soldados malianos e combatentes do grupo Wagner no final de julho.
Segundo o porta-voz do governo maliano, o coronel Abdoulaye Maiga, a junta militar no poder ficou chocada com os comentários de Yusov, que “admitiu o envolvimento da Ucrânia num ataque cobarde, traiçoeiro e bárbaro perpetrado por grupos terroristas armados” que causou a morte de soldados malianos.
Três dias de intensos combates eclodiram perto da fronteira argelina, a 25 de julho, num campo militar em Tinzaouaten. Os separatistas liderados pelos tuaregues afirmaram ter matado 84 combatentes do grupo Wagner e 47 soldados malianos.
O exército do Mali admitiu ter sofrido um “grande número” de mortes durante os combates, mas não divulgou números. Após a derrota, o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergey Lavrov, garantiu ao seu homólogo maliano, Abdoulaye Diop, que a Rússia ajudará o Mali a reforçar o seu exército.