A Liga Guineense dos Direitos Humanos acusou o Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, Biaguê Na N’Tam, “fiel ao seu novo estatuto de constitucionalista de conveniência ao serviço de autoritarismo”, de ter declarado a guerra ao povo guineense.
A posição da organização dos direitos humanos foi tornada pública esta terça-feira, 12 de novembro, horas depois de Biaguê Na N’Tam ter anunciado a colocação das Forças Armadas em prontidão combativa para fazer face à projetada manifestação popular anunciada pelos partidos da oposição para os dias 14, 15 e 16 de novembro.
“Numa declaração encomendada com a finalidade de intimidar os cidadãos que pretendem apenas exercer um direito com dignidade constitucional, o General Biaguê anuncia prontidão das FA [ Forças Armadas] para o combate como se o país estivesse à beira de um conflito armado”, replicou a Liga Guineense dos Direitos Humanos na sua rede social Facebook.
A organização lembra na publicação que “recentemente, o General Biaguê Na N´tam ordenou de forma ilegal e abusiva as detenções de três Juízes Conselheiros do Tribunal Superior Militar, a mando do seu chefe”, acusando o Chefe de Estado-Maior de ser “principal cúmplice dos assaltos criminosos a STJ e a ANP”.
“Estas declarações infelizes, para além de serem absolutamente inaceitáveis, são próprias de um chefe militar que perdeu a noção da missão constitucional reservada às forças armadas”, disse a Liga Guineense dos Direitos Humanos.
A organização insistiu que “sendo corresponsável da destruição da democracia na Guiné-Bissau, o General Biaguê Na N´tam é, doravante, um alvo da luta cívica para restauração destes valores”.
“Se o General Biaguê Na N’ tam, escondia trás da cortina para escamotear a sua participação nas conspirações contra a democracia e o estado de direito, hoje, decidiu voluntariamente levantar o véu”, lê -se.