Bissau, 06 março 2025 (DW) – Cidadãos guineenses preferem manter-se neutros perante a mobilização da oposição para sair à rua. Analista diz que “falhanços políticos” levam “à resignação da população”. E aponta uma saída: “Uma solução política”.
A aposição convocou cidadãos guineenses para uma paralisação geral em fevereiro, mas estes responderam com silêncioFoto: DW/B. Darame
A Frente Única, formada pelos principais líderes da oposição guineense contra o regime deUmaro Sissoco Embaló, não está a conseguir mobilizar o povo para sair à rua, ao contrário do que acontece em Moçambique. Foram feitas várias tentativas, mas sem sucesso. O povo ficou no seu cantinho.
A última tentativa ocorreu no passado dia 28 de fevereiro, um dia depois de Sissoco ter completado os cinco anos constitucionais no poder. A oposição apelou à “paralisação total”, que resultou num fracasso. As duas maiores coligações, PAI-Terra Ranka e API Cabas Garandi (API-CG),alegam que “o povo guineense tem de se levantar para defender a legalidade constitucional e a democracia”. No entanto, a resposta popular tem sido um silêncio ensurdecedor.
Será que a oposição guineense falhou? Ou será que o povo já não confia nos líderes políticos?
Colocamos estas questões ao sociólogo guineense Diamantino Lopes, que aponta uma crescente desconfiança nos atores políticos como a principal causa da inércia. Este académico vê apenas uma saída para a crise política que se arrasta na Guiné-Bissau: um diálogo franco que envolva não apenas o Chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, e outros atores políticos, mas também representantes religiosos e académicos.