A terra natal do fundador da nacionalidade guineense, Bafatá, será palco de “uma disputa de atenções” entre o PAIGC, partido fundado por Cabral e atualmente na oposição, e as autoridades políticas que governam o país.
Na quinta-feira (12.09), data em que se assinala o nascimento de Cabral (12 de setembro de 1924), o Governo inaugura o busto de Amílcar Cabral, no largo do mercado central e a escassos metros da casa onde o líder revolucionário nasceu há 100 anos, tendo o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) agendado uma série de atividades, também em Bafatá, no âmbito das celebrações do “setembro vitorioso”.
As atividades, que incluem o congresso da organização das mulheres e um simpósio internacional do centenário, têm o seu ponto alto quinta-feira e decorrem sob o lema “Cabral Ka Muri” (Cabral não morreu).
A vice-presidente do PAIGC, Dan Yalá, disse que apenas espera que as autoridades autorizem o partido a “colar os cartazes do centenário de Cabral” nesse dia.
Em julho, o Governo, através do Ministério da Administração Territorial e Poder Local, determinou a proibição de afixação de placas, outdoors e outros materiais que possam aludir à celebração do centenário de Amílcar Cabral em lugares públicos, sem o consentimento das autoridades.
A proibição, refere um despacho então publicado, deve-se ao facto de o Governo estar a preparar uma homenagem ao fundador da nacionalidade que deverá decorrer entre setembro e novembro, para culminar juntamente com o 60.º aniversário da criação das Forças Armadas Revolucionárias do Povo (FARP).
Proibições desapontam sociedade
Ainda no dia 12 de setembro, em Bissau, o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, fará, num hotel da capital, a deposição de coroas de flores para assinalar o Dia da Nacionalidade e será aberta, no Centro Cultural Francês, uma exposição de fotografias e material sobre Amílcar Cabral.