Bissau, 21 Agosto 2024 (DW) – Guineenses anteveem o “agudizar” da tensão política no país face à remodelação governamental de terça-feira. Novos governantes “foram premiados pela sua fidelidade”, afirma académico.
No novo elenco do executivo de iniciativa presidencial, apresentado ontem ao público na Guiné-Bissau, há mais apoiantes do chefe de Estado Umaro Sissoco Embaló.
Até terça-feira, o governo guineense estava desfalcado. Faltavam-lhe seis membros, exonerados pelo Presidente da República. Alguns deles abandonaram o executivo devido às divergências dos seus partidos com Sissoco.
Mas muitas das figuras nomeadas esta terça-feira e movimentadas no executivo são apoiantes do chefe de Estado e membros das alas pró-Sissoco no Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15) e no Partido da Renovação Social (PRS), a segunda e terceira forças políticas.
“As nomeações políticas costumam responder a um programa governativo. Mas neste caso em concreto, estas nomeações não têm nada a ver com isto”, comenta o professor universitário Fernando da Fonseca em declarações à DW.
Recompensa por “fidelidade”
O académico considera que as mexidas de terça-feira só beneficiam os interesses do Presidente da República: “São nomeações que respondem ao atual contexto político. São figuras que foram premiadas pela sua fidelidade ao Presidente da República.