A greve de três dias decretada pela Frente Social, que engloba sindicatos do sector de saúde e educação, está a ter impacto negativo na vida dos utentes e das pessoas que procuram serviços do Hospital Nacional Simão Mendes.
Foi o que apurou hoje o repórter da ANG durante uma ronda efetuada ao maior centro hospitalar do país, no segundo dia da greve que termina quarta-feira(9).
A ANG constatou que serviços estão a funcionar à “meio gaz” uma vez que o atendimento é reservado a doentes considerados graves, e os que não necessitam de cuidados urgentes são encaminhados para o Hospital Militar ou para diferentes clínicas privadas do país.
Segundo apurou o repórter da ANG junto de uma fonte no serviço da Pediatria do Hospital Nacional Simão Mendes(HNSM), neste período de greve, serviços onde devia estar dois médicos e duas enfermeiras estão a funcionar com um médico e uma enfermeira.
De acordo com a fonte, a ida em grosso número de técnicos de saúde à República da Venezuela para especialização já tinha enfraquecido a capacidade de atendimento aos pacientes e com essa paralização a situação complicou-se mais,sobretudo para os mais carenciados.
Para Idrissa Djaló, cidadão da Guiné-Conacri residente em Bissau, que levou a sua mulher grávida para consulta, já é o momento de os governantes africanos “deixarem de maltratar” o seu povo e começarem a governar seriamente.
Djaló diz que apesar de a sua mulher não estar a necessitar de cuidados maiores, sente muita pena dos doentes que estão a abondonar o hospital por causa da greve. “Peço as autoridades e os sindicatos que encontrem uma solução”, disse.