O pai de Bruma, Tué Na Bagna, chegou a comandar 50 soldados na guerra colonial. No seu novo livro, o ex-guerrilheiro do PAIGC Santos Manecas retrata um combatente com uma coragem que raiava a loucura.
O ex-guerrilheiro guineense Manuel dos Santos “Manecas” relata no seu livro, recentemente publicado em Bissau, o que considera de “bravura a roçar a loucura” do pai do jogador de futebol Bruma durante a guerra colonial nas matas da Guiné.
“O pai de Bruma chamava-se Tué Na Bagna, e era líder de um comando que normalmente deveria comportar o máximo de 50 soldados, mas que “tinha muito mais jovens Balantas”, que seguiam o chefe pela sua “fama de temível guerrilheiro”, relata Manecas dos Santos.
“Tué era, de facto, dono de uma coragem que raiava a loucura”, refere o ex-guerrilheiro, de 83 anos, no seu livro “Manecas Santos, uma biografia”, escrito por uma sobrinha a partir de relatos captados em várias entrevistas.
Os jovens Balantas, um dos principais grupos étnicos da Guiné-Bissau, ofereciam-se para se juntar ao comando de Tué Na Bagna, “atraídos pela sua fama” e assim, conta Manecas dos Santos “partilhar a glória”.
O ex-guerrilheiro lembra um episódio da guerra que envolveu o general António de Spínola, na altura, 1968, governador militar da Guiné, e ‘Nino’ Vieira, comandante das operações da guerrilha independentista no sul da Guiné e Tué Na Bagna.