O presidente da Federação das Associações Académicas dos Estudantes da Escola Superior da Educação da Guiné-Bissau FAESE-GB, Agostinho Fanda, denunciou esta quarta-feira, 20 de novembro de 2024, que as forças de segurança do Ministério do Interior espancaram brutalmente estudantes que se encontravam em vigília em frente ao Ministério da Educação e detiveram 14 pessoas.
De acordo com as informações, os detidos foram levados para as instalações da Segunda Esquadra em Bissau, onde poderão estar a aguardar novas instruções.
Agostinho Fanda falava aos jornalistas na Casa dos Direitos em Bissau, depois de as forças de segurança terem dispersado os manifestantes que estavam a organizar-se ao lado da Embaixada de Portugal para se dirigirem ao Ministério da Educação Nacional quando, de repente, chegaram os polícias e começaram a dispersá-los.
O estudante denunciou que foram obrigados a deitarem oscartazes e panfletos no chão, que empunhavam para protestar contra o que se passa nas sete unidades da ESE, nomeadamente o aumento das mensalidades e a divulgação dos resultados do ano letivo 2023/2024.
Disse aos jornalistas que nenhum estudante em protesto violou as orientações dos agentes policiais, mas surpreendentemente começaram a empurrar-lhes para abandonarem as periferias da Embaixada de Portugal e foi quando Rogério e Anaximandro, dois estudantes, foram “brutalmente espancados” e neste momento estão hospitalizados.
“Não sabemos explicar de concreto o que aconteceu às forças de segurança nesta vigília. Organizámo-nos muito bem e a vigília pacífica frente ao Ministério da Educação Nacional, Ensino Superior e Investigação Científica para reivindicarcontra a não publicação dos resultados do ano letivo 2023/2024, como também a introdução de propinas que nunca aconteceu na Escola Superior da Educação. Havíamos iniciado as aulas e no meio de caminho, o governo estabeleceu novas propinas em todas as sete unidades das escolas de formação de professores que compõe a ESE, nomeadamente as Unidades de Cacheu, Bafatá, Buba, Bolama, Tchico Té, INEFD e 17 de Fevereiro”, sublinhou.
O responsável informou que realizaram uma reunião a nível da federação para informar aos estudantes sobre o que está a acontecer nas escolas de educação em termos de introdução das propinas, sem, que o governo e o Diretor Geral da ESE tenham tomado em consideração as preocupações das organizações estudantes, na reunião do Conselho Geral e decidiram unilateralmente afixar as propinas que irão criar enormes problemas aos estudantes.