Bissau, 23 julho 2024 (O democrata) – O Secretário-Executivo da ONG Plataforma sobre Paisagem do Mangal na Guiné-Bissau, Rui Andrade, afirmou esta terça-feira, 23 de julho de 2024, que os mangais da Guiné-Bissau estão em boa saúde, apesar de manchas de degradação muito elevadas registadas, causadas pelos pescadores nas zonas de acampamentos de pesca.
Segundo Rui Andrade, não só os pescadores em atividades de pesca acampados nessas zonas de mangais cortam quantidades dessa espécie para fumagem de peixe, como também os agricultores desmatam tarrafes para a criação de novas bolanhas.
O especialista defendeu que os mangais não deveriam ser cortados até aos braços de rios, porque “são plantas que protegem a nossa costa e diques de cinturas, no caso de fortes ventos e ondas de marés“.
“É importante não só sensibilizar os produtores, como também dotá-los de mecanismos e práticas de como podem cortar os mangais, criando bolanhas para segurança alimentar e deixar sempre uma faixa de protecção“, frisou.
Rui Andrade falava aos jornalistas à margem do ateliê de apresentação dos dados do mangal na Guiné-Bissau, denominado GeoDataBase, uma ferramenta de monitoramento, de ajuda, de tomada de decisões e partilha de informações e de visibilidade para remediar a dispersão deinformações e ao desnível de conhecimentos entre os atores intervenientes no mangal do país.
O ambientalista disse que a GeoDataBase é uma ferramenta definida como indicador para recolha de dados, desde a restauração do mangal, reabilitação das bolanhas, atividades geradoras de rendimento e seguimento ecológico da restauração.
“Os dados são recolhidos no terreno, através de tablets com diferentes pontos focais das instituições que trabalham nesse domínio para depois introduzi-los num servidor a fim de serem processados“, acrescentou.
O responsável da plataforma informou que a GeoDataBase é uma ferramenta de tomada de decisões dinâmica que permite saber onde cada ator atua e quais são os indicadores que conseguiu no projeto, sublinhando que relativamente à restauração dos mangais de diferentes projetos que atuaram nos últimos anos, foram atingidos cerca de 5 mil hectares que foram plantados e o nível da reabilitação das bolanhas, o projeto arroz e mangal atingiu 1.333 hectares das bolanhas reabilitadas em diferentes zonas.