Bissau, 05 novembro 2024 (RSM) – O Politólogo guineense, Rui Jorge Semedo, aponta que o chefe de Estado está a proceder ao abuso ilegítimo de poder, ao produzir um Decreto “tardio” que confirma o adiamento das eleições legislativas.
O comentador permanente da Rádio Sol Mansi para os assuntos políticos falava esta terça-feira, em entrevista à análise ao Decreto emitido ontem pelo Chefe de Estado que revoga a data 24 de novembro, como data de realização das eleições legislativas no país.
Rui Jorge Semedo é da opinião, que no mesmo dia da reunião onde o governo confirma a falta de condições, para o cumprimento da data de 24 de novembro, o Chefe de Estado deveria publicar um outro Decreto anunciando a data das próximas legislativas “devido da importância que as eleições têm dentro do contexto político de qualquer país democrático”.
“É um pronunciamento tardio e que veio fora do prazo, mas que continua a expressar não só a demonstração de força por parte do presidente da República, mas, sobretudo, do abuso ilegítimo do poder”, sustenta o analista.
Na mesma análise, Rui Jorge Semedo diz que Umaro Sissoco Embaló não encarou o adiamento das eleições como urgência e “ele encarou o ato como algo normal”.
“É do conhecimento de qualquer guineense atento ao desenrolar dos fatos políticos no país de que, se realmente o presidente da República quisesse, as eleições iriam acontecer, agora continuam a assistir a demonstração de força e não é por acaso que o presidente não só fez visitas a instituições militares assim como continua a fazer promoções”, disse.