Dezenas de guineenses assinaram uma carta aberta à União Africana a denunciar a atuação do Presidente da República. Acusam Umaro Sissoco Embaló de ter “capturado o país para o seu interesse pessoal”.
A carta aberta, que se intitula “Restaurar a democracia na Guiné-Bissau”, é dirigida a Moussa Faki Mahamat, presidente da Comissão da União Africana.
Em declarações à agência noticiosa Lusa, um dos responsáveis da carta, o economista Braima Mané, assistente na Universidade Católica de Lovaina, na Bélgica, onde está a fazer um doutoramento em Economia, disse que o que se passa atualmente na Guiné-Bissau “é surreal”.
“É surreal. É surreal. Atualmente, na Guiné, acontece uma situação de absurdos. É uma coisa inimaginável. Temos a intenção, se não se fizer nada, de apresentar uma queixa, fazer uma participação ao Conselho de Segurança das Nações Unidas e ao Tribunal Penal Internacional das consequências que possam advir dos atos de Sissoco”, declarou.
“Como escrevemos na carta, Sissoco criou, à margem das leis da República, o seu exército pessoal de mais de mil homens. Sissoco está deliberadamente a provocar. Sissoco quer criar o caos na Guiné-Bissau. Nós não queremos isto. Nós somos de paz, nós queremos que se resolva o problema politicamente e com o apoio da comunidade Internacional”, acrescentou.
Para Braima Mané, “o que se passa é que há um grupo de pessoas que capturaram o país para os seus próprios interesses. Sissoco e os que o acompanham não estão lá para servir o país. Estão lá para o seu interesse pessoal e [Sissoco] tem o apoio dos militares. Os militares é que estão a sustentar, porque têm armas”.