Bissau – (14.10.2024) – A Liga Guineense dos Direitos Humanos acusa o regime de lançar “ataques odiosos” contra opositores políticos e vozes discordantes com a finalidade de condicionar a vontade do povo nas eleições marcadas para 24 de novembro.
Em comunicado à imprensa a que a Capital FM teve acesso, a organização começou por lembrar que o Presidente da ANP, Domingos Simões Pereira, foi “ilegal e arbitrariamente” impedido de viajar para Genebra, onde ia participar na 149* Sessão da Assembleia Geral da União Interparlamentar.
“Esta medida absolutamente abusiva emana da já conhecida Ordem Siperior ilegal do Presidente da República, Umaro Sissoco Embalo, com o objetivo de perseguir um adversário político, no ambito do seu repugnante e deprimente esforço de limitar o livre exercício dos seus direitos civis e políticos”, escreveu a liga, acrescentando que esta é a quinta vez que este cidadão nacional [Domingos Simões Pereira] tem sido impedido de viajar para o estrangeiro.
Outro assunto que mereceu a análise da liga relaciona-se a mais um episódio da “repressão brutal” de polícias contra os militantes do PAIGC no Bairro Militar, no passado 11 de outubro, tendo resultado em 4 feridos.
“Os atos semelhantes de barbaridade ocorreram nos dias 12 e 13 de outubro, em diferentes bairros de Bisssu, protagonizados pelas forças de segurança que lançaram Gases Lacrimogéneos contra cidadãos, entre os quais crianças e mulheres”, lê-se no comunicado com a data de 14 de outubro.
A organização defensora dos direitos humanos na Guiné-Bissau considera que estes comportamentos “absolutistas e totalitários” ocorrem numa altura em que os aliados do regime “ditatorial no poder” multiplicam-se em comícios e eventos políticos típicos de pré-campanha eleitoral em todo o território nacional, sem que fossem incomodados pelas forças de segurança.
“Infelizmente, desde que assumiu o poder, o Presidente da República, Umaro Sissoco Embalo, não tem poupado energias para afrontar o exercício do direito à oposição democrática e, por conseguinte, destruir a democracia e o Estadde de direito na Guiné-Bissau”, acusou.
A liga alertou ainda as forças de defesa e segurança sobre as consequências de cumprimento ordens absolutamente ilegais, o que, para a liga, traduzem-se em práticas de crimes previstos e puníveis na lei penal guineense.