Bissau, 12 agosto 2024 (DW) – Duas plataformas de partidos guineenses anunciaram ontem em Lisboa que vão convocar “manifestações populares” na Guiné-Bissau para resistir “à contínua violação da Constituição pelo Presidente Sissoco Embaló”.
As duas plataformas representam cerca de 95% dos deputados no parlamento. Nuno Nabiam, coordenador-geral de uma delas, o Fórum para a Salvação da Democracia, explica: “Trata-se de encetar uma luta em conjunto para salvar a democracia na Guiné-Bissau”.
Domingos Simões Pereira, presidente da Plataforma Aliança Inclusiva — Terra Ranka, liderada pelo partido mais votado, o PAIGC, salientou que “é uma convergência dos principais partidos para salvar a democracia”. “Antes que seja tarde. Amanhã pode ser tarde para nós todos”, acrescentou.
Nuno Nabiam e Domingos Simões Pereira falavam aos jornalistas no final da assinatura de uma Declaração Política Conjunta, tendo a seu lado na mesa os líderes da União para a Mudança, Agnelo Regalla, Partido da Renovação Social, Fernando Dias, e o coordenador do Movimento para Alternância Democrática (Madem-G15) Abdu Mané.
Todos estes dirigentes políticos anunciaram que regressam ao longo dos próximos dias à Guiné-Bissau para contactar os demais partidos políticos e organizações da sociedade civil para avançarem com as manifestações.
Na Declaração, as duas plataformas consideram que o quadro político na Guiné-Bissau “é extremamente grave e propício a ruturas, com impacto e consequências imprevisíveis”.