Bissau, 29 julho 2024 (DW) – Advogados e familiares de três juízes do Tribunal Militar Superior da Guiné-Bissau detidos no dia 24 continuam sem informações sobre a sua situação desde que foram impedidos de sair do quartel-general das Forças Armadas.
“Não temos nenhuma informação, apenas sabemos que estão lá”, no Estado-Maior General das Forças Armadas, disse esta segunda-feira (29.07) à Lusa um familiar do juiz Melvin Sampa.
O familiar, com receio de possíveis represálias, pediu para não ser identificado e também confirmou que não têm autorização para levar comida e outros bens essenciais aos detidos.
Sampa é o relator do acórdão número 01/2024 produzido pelo Tribunal Militar Superior (TMS), no dia 19 deste mês, que ordenou a libertação imediata de todos os detidos acusados pela alegada tentativa de golpe de Estado de 01 de fevereiro de 2022.
O acórdão, assinado ainda pelos juízes Júlio Embana e Rafael Luís Gomes, ordena a libertação de cerca de 50 pessoas, entre civis e militares, detidos há mais de dois anos, alguns sem culpa formada e outros com acusações deduzidas pelo Ministério Público. Os três juízes também são militares.
Entre os presos, mandados libertar, encontra-se o ex-chefe da Armada guineense, o vice-almirante José Américo Bubo Na Tchuto, considerado pelo Presidente do país, Umaro Sissoco Embaló, como o cabecilha da tentativa de golpe que custou a vida a 12 pessoas, na sua maioria guardas presidenciais.